No início da civilização, a maneira de comer era com o auxílio das mãos, e a alimentação era levada à boca com os dedos. As mudanças dos hábitos de comer foram lentas e a introdução dos instrumentos destinados a levar o alimento à boca iniciou-se pela faca, depois usou a colher e por fim o garfo.
A faca é o mais antigo dos talheres: foi o Homo erectus, que surgiu na Terra há 1,5 milhão de anos, quem criou o primeiro objeto cortante, feito de pedra, para caça e defesa. Desde então, o homem sempre carregou uma faca.
Na Idade do Bronze, que começou por volta de 3000 a.C., ela passou a ser feita com esse metal e a mesma faca que servia para matar era usada também para descascar frutas.
A colher também é um utensílio muito antigo que data da pré-história e que deve a sua forma arredondada à concavidade da palma.
Ao contrário da faca, a colher já surgiu com o objetivo de servir alimentos. Há registros arqueológicos de artefatos parecidos com esse talher com mais de 20.000 anos, feitos de madeira, pedra e marfim. Mas, no início, a colher era de uso coletivo, e parecia uma concha.
No século XVII que a colher se tornou, como a faca e o garfo, um objeto pessoal precioso, pois seu cabo era esculpido e gravado com um brasão. Um século depois, os ourives o matizaram em vários tamanhos para chá, café, sobremesas, sopa, etc.
Já a chegada do garfo na Europa, em Veneza, foi registrada em meados do século XI, quando A princesa Teodora, filha de Constantino VIII Imperador do Oriente, que veio de Constantinopla para casar com o Doge de Veneza, Domenico, trouxe um garfo de ouro com dois dentes, como o qual comia frutas cristalizadas. Pouco depois a população dessa cosmopolita cidade da época assimilou o garfo. Esse costume se espalhou para Milão e Florença e daí para o resto da Europa.
Ao longo dos séculos, cada vez mais utensílios foram concebidos com o objetivo de facilitar a vida dos seus utilizadores. Além do serviço simples de três peças (garfo, faca e colher), serviços mais específicos foram desenvolvidos durante o século XIX.
Com efeito, a Revolução Industrial e a invenção do metal prateado permitiram a criação destes cutelaria específica e em maior número graças às fábricas. Finalmente, a Revolução do Transporte tornou possível exportar esses talheres para todo o mundo.
Assim, surgiram os serviços de peixe, contendo um garfo com uma borda externa afiada e uma faca distinta, no final deste século para decapagem de filetes. Depois, seguiram-se os serviços de marisco, em particular com o garfo de ostra que rapidamente se tornou um grampo da mesa, bem como as pinças para escargot.
Por fim, outros serviços continuaram a surgir, como talheres para carne, em particular uma faca muito afiada; bem como serviços de sobremesa, com pequenos talheres e muitos outros serviços.